Alemanha e França anunciam lockdown parcial após explosão de casos de Covid-19

Os governos da Alemanha e da França anunciaram nesta quarta-feira (28) um lockdown parcial para conter a segunda onda do novo coronavírus nos dois países. A Europa vive um aumento rápido dos casos de Covid-19, considerada uma segunda onda da pandemia.

Entenda abaixo as medidas adotadas pelos dois países

  • Alemanha

Angela Merkel, chanceler da Alemanha, ajusta máscara após conferência em Berlim nesta quarta-feira (28) — Foto: Fabrizio Bensch/Pool/Reuters

O governo alemão determinou o fechamento de bares, restaurantes e outros estabelecimentos a partir de segunda-feira (2). Comércios e escolas abrirão, mas as autoridades reforçaram as recomendações para que as pessoas permaneçam em casa.

Em reunião com autoridades locais, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os números da Covid aumentaram rápido demais no país e que o nível dos contágios fugiu de controle.

"Estamos agora em um ponto em que, pela média nacional, não sabemos mais de onde vieram 75% das infecções. Só conseguimos verificar 25%", explicou Merkel.

Estudantes com máscara de proteção deixam metrô em Frankfurt, na Alemanha, nesta quarta-feira (28) — Foto: Michael Probst/AP

A decisão foi tomada depois que autoridades de saúde alemãs registraram quase 15 mil novos casos em 24 horas — o maior número de diagnósticos diários no país desde o início da pandemia. São mais de 449 mil casos de Covid-19 desde o começo da crise sanitária na Alemanha.

Segundo o governo alemão, os hospitais do país ainda têm capacidade de lidar, em número de leitos, com os infectados pela doença. Porém, há o temor de que a ocupação hospitalar se torne um problema nas próximas semanas.

  • França

Homem com máscara de proteção passa em frente a uma tabacaria chamada Le Corona, em Croix, no norte da França, em foto de 28 de outubro — Foto: Michel Spingler/AP

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a retomada de medidas como o fechamento de bares, restaurantes e comércios e a volta da exigência de atestados para que as pessoas possam circular nas ruas. As escolas até o ensino médio permanecem abertas, mas deverão seguir protocolos que ainda não fora divulgados.

Além disso, o governo determinou que o país dará foco total a obras públicas e à produção industrial para evitar um tombo ainda maior na economia. O comércio, segundo o presidente, poderá reabrir em 15 dias caso as autoridades avaliem que as primeiras semanas do lockdown deram bons resultados.

Presidente francês, Emmanuel Macron, em pronunciamento transmitido pela televisão nesta quarta-feira (28) — Foto: Christian Hartmann/Reuters

Em pronunciamento na televisão, Macron avaliou que o impacto da segunda onda da Covid-19 será pior do que o primeiro pico da doença no país, entre março e abril.

"A segunda onda será sem dúvidas mais dura e mortal do que a primeira", disse Macron.

De acordo com as autoridades de saúde francesas, entre 40 mil e 50 mil novas infecções tem sido identificadas todos os dias.

Casos explodem na Europa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a região europeia — que, além do continente europeu, inclui Rússia, Turquia, Israel e países da Ásia Central — respondem por quase metade dos mais de 2,8 milhões de novos casos do coronavírus relatados na semana passada.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o continente está na segunda onda e alerta:

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Covid-19 na Europa

"Acho que o Natal deste ano vai ser um Natal diferente".

Por causa da nova onda do coronavírus, diversos países europeus impuseram medidas rígidas de fechamento de estabelecimentos, como na Itália, ou lockdowns quase completos, como na Polônia. Isso gerou revolta em parte da população, com protestos nos países.

Outro país que retomou medidas de isolamento, a República Tcheca decretou toque de recolher a partir desta quarta entre as 21h e 6h (horários locais). O país já havia estabelecido limitações na circuação, o fechamento de lojas, escolas e restaurantes e o uso obrigatório de máscaras.

Missa de Finados sem público

Papa Francisco durante a audiência geral desta quarta-feira (28) — Foto: Tiziana Fabi/AFP

O Papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (28) que a tradicional missa do Dia de Finados, no Vaticano, não será aberta aos fiéis. A medida foi tomada para conter o avanço do novo coronavírus na Europa, que vê ressurgir uma segunda onda de casos da doença.

A cerimônia, que acontece em 2 de novembro, marca o dia em que os católicos rezam pelos seus mortos. Neste ano, ela acontecerá de forma privada no Campo Teutônico, um pequeno cemitério dentro dos portões da cidade que é a sede da Igreja Católica

Alemanha e França anunciam lockdown parcial após explosão de casos de Covid-19

Bares, restaurantes e outros estabelecimentos ficarão fechados nos dois países; apenas escolas abrirão.

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Debora kely Sales Silva

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