Alternância de poder
Alternância no poder: “política do café com leite”
Esse fenômeno de alternância no poder logo recebeu a denominação de “política do café com leite”, exatamente porque o café representava a oligarquia paulista, e o leite, a mineira. Entretanto, é importante ponderar a respeito dessa alternância.
De fato, esses dois estados do Sudeste eram mais poderosos e com capacidade de articulação maior, mas isso não significava que outros estados não tivessem também força política e econômica e que dependessem totalmente desses dois. Como o próprio Faoro ressaltou, havia nesse contexto o estado do Rio Grande do Sul, cuja tradição positivista resultou em Getúlio Vargas, e também o estado da Bahia, ambos com pujança econômica com a pecuária, no primeiro caso, e com o cacau, no segundo.
A despeito dessas exceções, a política da República Oligárquica de fato ficava centrada nos acordos entre Minas e São Paulo. Os estados sem a mesma representatividade ficavam orbitando em torno desses dois, com vistas a receber alguma concessão ou regalia. Como diz, mais uma vez, Raymundo Faoro:
[…] O aparelho fiscal e financeiro, concentrado na União, permitia sufocar essa reação, dada a penúria permanente dos Estados para provar às suas necessidades. Só os grandes estariam ao abrigo da ajuda federal direta, impondo seus interesses na informação da política econômica. Os pequenos estados obedecem porque são pobres e pobres continuam porque não participam dos estímulos comandados pela União. [2]
NOTAS

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