Bartolomeu, o Apóstolo
São Bartolomeu, ou São Bartolomeu Apóstolo, também chamado de Natanael (em grego antigo: Βαρθολομαῖος, em hebraico: ברתולומאוס הקדוש), foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos.
Seu nome vem do aramaico, com uma referência patronímica: Bar Talmay - filho de Talmay. Alguns historiadores também mantêm uma referência patronímica, mas dão outro significado para o nome: Bar Ptolomeu - Filho de Ptolomeu. Esta última hipótese não é inverossímil, visto que Ptolomeu (suposto pai de Bartolomeu) possuía um prenome grego, e a cultura grega tinha uma grande influência na Judeia da época e em todo o território.
Nenhuma narração bíblica trata dele especialmente, e seu nome consta apenas nas listas dos doze apóstolos. No entanto, segundo a tradição, ele é o Natanael de que falam outras passagens, o que fica evidente através da comparação entre os quatro Evangelhos. Natanael significa "Deus deu", e esse nome faz referência ao fato de que ele vinha de Caná, onde deve ter testemunhado a ação de Jesus nas Bodas de Caná (Jo 2, 1-11).
Como narra a Bíblia, São Filipe comunicou a Natanael (São Bartolomeu) que havia encontrado o Messias, que provinha de Nazaré. Natanael responde de forma dura e preconceituosa: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jo 1, 46a). Essa observação é um importante indicador das expectativas judaicas quanto à vinda do Messias naquela época.

No seu primeiro encontro com Jesus, Natanael recebe um elogio: "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo 1, 47). Ele responde: "Como me conheces?". Jesus, por sua vez, faz uma revelação enigmática: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira". Essa resposta parece apontar para um momento crucial na vida de Natanael. Após essa revelação, Natanael faz sua adesão ao Mestre com a profissão de fé: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel".
Segundo fontes históricas, São Bartolomeu teria pregado o cristianismo até na Índia. Outra tradição diz que ele morreu esfolado em Albanópolis, atual Derbent, na província russa de Daguestão, a mando do governador local. Na Capela Sistina, ele é retratado segurando sua própria pele na mão esquerda e, na outra, o instrumento de seu martírio, um alfange. Segundo a Igreja Católica, suas relíquias foram levadas para a Europa e estão em Roma, na igreja a ele dedicada.
O Papa Bento XVI, em uma audiência no dia 4 de outubro de 2006, disse estas palavras que resumem o ensinamento da vida de São Bartolomeu: "Para concluir, podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o papel do testemunho de fé que ele nos deixou."
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