Elementos clássicos
Os elementos clássicos normalmente se referem aos conceitos de terra, água, ar, fogo e (depois) éter, que foram propostos para explicar a natureza e a complexidade de toda a matéria em termos de substâncias mais simples. As culturas antigas na Pérsia, Grécia, Babilônia, Japão, Tibete e Índia tinham listas semelhantes, às vezes se referindo em idiomas locais a "ar" como "vento" e o quinto elemento como "vácuo". O sistema chinês Wu Xing lista Madeira (木 mù), Fogo (火 huǒ), Terra (土 tǔ), Metal (金 jīn) e Água (水 shuǐ), embora estes sejam descritos mais como energias ou transições do que como tipos de material.
Essas diferentes culturas e até filósofos individuais tinham explicações muito variadas sobre seus atributos e como eles se relacionavam com fenômenos observáveis, bem como com a cosmologia. Às vezes, essas teorias se sobrepunham à mitologia e eram personificadas em divindades. Algumas dessas interpretações incluíam atomismo (a ideia de porções muito pequenas e indivisíveis da matéria), mas outras interpretações consideravam os elementos como divisíveis em pedaços infinitamente pequenos sem alterar sua natureza.
Enquanto a classificação do mundo material na antiga Índia (Mahābhūta), Egito helenístico e Grécia antiga em Ar, Terra, Fogo e Água era mais filosófica, durante a Era de Ouro Islâmica, os cientistas medievais do Oriente Médio usaram observação prática e experimental para classificar materiais. Na Europa, o sistema grego antigo de Aristóteles evoluiu levemente para o sistema medieval, que pela primeira vez na Europa ficou sujeito a verificação experimental nos anos 1600, durante a Revolução Científica.
A ciência moderna não apoia os elementos clássicos como base material do mundo físico. A teoria atômica classifica os átomos em mais de cem elementos químicos, como oxigênio, ferro e mercúrio. Esses elementos formam compostos e misturas químicas e, sob diferentes temperaturas e pressões, essas substâncias podem adotar diferentes estados da matéria. Os estados mais comumente observados de sólido, líquido, gás e plasma compartilham muitos atributos com os elementos clássicos da terra, água, ar e fogo, respectivamente, mas esses estados se devem ao comportamento semelhante de diferentes tipos de átomos em níveis de energia parecidos, e não por conter um certo tipo de átomo ou certo tipo de substância.
História antiga
Também na Índia se vê a aplicação desse conceito de elementos que entram em partes equilibradas na composição da matéria, quando a medicina ayurvédica tenta equilibrar os três humores: vento, fogo e terra.
Esses humores formaram a base da medicina de Hipócrates, e ainda fazem parte da psiquiatria, onde se sabe que certas doenças mentais graves, como a esquizofrenia, estão associadas a certos tipos físicos (como longilíneo, brevilíneo, etc.). A predominância de certo elemento, ou humor, determina o tipo físico da pessoa, segundo os médicos de Cós.
A astrologia, quando usada para estudar aspectos médicos das doenças, investigava se a pessoa era do tipo sanguíneo (ar), fleumático (água), colérico (fogo) ou bilioso (terra, também chamado nervoso). A cada um desses biotipos corresponde, de acordo com a medicina antroposófica, o seguinte órgão:
- colérico: coração
- fleumático: fígado
- sanguíneo: rins
- bilioso: pulmão
Cada um desses tipos teria então um órgão indicativo de seu estado de relativa saúde ou doença, e durante determinada estação do ano estaria mais propenso aos desequilíbrios.
Os elementos da natureza podem ser associados aos estados físicos da matéria:
- Terra → Sólido
- Água → Líquido
- Ar → Gasoso
- Fogo → Plasma
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