Especie

A sobrevivência é uma arte criativa. Todas as formas de organismos, plantas e animais, possuem tal arte. De forma a o fazerem, desenvolveram as suas peculiaridades e características particulares que servem para resolver problemas.

Qualquer tipo de criatura consegue resolver os problemas que lhe são apresentados com eficácia, em circunstâncias alternativas e ganha a batalha pela existência e sobrevive. Aquele que escolha a alternativa errada, não chega a lado nenhum. Se uma escolha é boa ou má, só se saberá depois de tal facto. Charles Darwin estudou esta capacidade de resolução de problemas.
 

Padrões animal

Na natureza, a resolução de problemas como meio de sobrevivência normalmente segue certos padrões fixos e leis não alteráveis. É determinado pela constituição anatómica do animal, pelos seus instintos e pela organização social das populações animais. Os ursos polares, por exemplo, desenvolveram uma grossa camada de pêlo que coincide com a natureza que os rodeia de modo a poderem caçar focas num clima gelado. Os lobos trabalham juntos em alcateia quando caçam e os cactos são capazes de sobreviver na pradaria devido ao facto de pequenas quantidades de humidade se evaporarem destas plantas e os seus espinhos evitarem que sejam comidos. As andorinhas migram, as aranhas fazem teias. Estas estratégias de sobrevivência tornaram-se fixas tal como foram criadas e tomaram uma existência autónoma e independente como padrões fixos. Os animais e plantas, por outras palavras os organismos, tornaram-se prisioneiros dos padrões que desenvolveram durante gerações, através da evolução. A estrutura nasceu para determinar a sua vida. O caracol "está preso" na sua casca, enquanto o pavão vive com a sua cauda. É devido a um padrão inflexível e rígido que os organismos muitas vezes morrem quando as circunstâncias se alteram radicalmente em curtos períodos de tempo. O ajuste ou a adaptação é possível apenas a uma escala muito limitada. Nestes tipos de situações, o que era a "solução certa" tornou-se uma "fixação mortal".
 

Especie

Circunstâncias alteradas

Todas estas soluções bem sucedidas não são, necessariamente, bem sucedidas ou adequadas. Agora, as circunstâncias alteraram-se fundamentalmente, tais soluções que foram consideradas adequadas ou razoáveis e agora tornam-se estruturas rígidas que têm um efeito fatal. Os homens, hoje em dia, parecem-se como uma aranha num túnel de vento e que tenta construir uma rede independentemente do facto de nunca ter sucesso. Um coelho que tenta escavar a sua toca em betão irá apenas acabar magoando as patas. Um pequeno país que afirme a necessidade de a sua população crescer de 10 para 15 milhões de habitantes, uma vez que foi possível, em tempos, que a população duplicasse de 5 para 10 milhões, está a dirigir-se para o precipício. Não pode simplesmente continuar a cobrir a terra com betão e asfalto indeterminadamente. Felizmente, existem algumas pessoas que se apercebem disto.
 

Pior ainda, soluções que foram adequadas em certas circunstâncias, demonstram ser fatais quando as circunstâncias mudam. A fundação CVTM encara as pessoas que querem manter uma população global de seis biliões como um erro desastroso e fatal. Na opinião da fundação, seria adequado e responsável por ter o objectivo responsável de uma população mundial de 3 biliões e uma população nacional de 10 milhões ou inferior no caso da Holanda.
 

Conservadorismo

Muitos políticos agarram-se a soluções que demonstraram ser adequadas no passado e recusam reconhecer que estas parecem ser fatais no presente e no futuro. Não é claro que esta atitude conservadora e obstinada advém da estupidez, do medo ou da perseguição perversa do poder. Talvez seja uma combinação destes motivos. A partir deste ponto de vista politicamente conservador, são apresentadas soluções superficiais como soluções reais, e esquemas perpetrados como inovações revolucionárias: permitindo o tráfego excessivo para fazer uso de bermas pavimentadas em auto-estradas; aumentando as taxas que os estrangeiros têm de pagar por autorizações de residência em 20 por cento; construindo uma cidade em terra reclamada ao mar; espalhando as férias da escola de modo a evitar tráfico congestionado; tais medidas como por exemplo parques de estacionamento, edifícios altos, etc.
 

Article Number: 20016
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Abel Borges

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