Guerra de Secessão
A Guerra de Secessão, ou Guerra Civil Americana, foi um conflito que aconteceu entre Norte e Sul dos Estados Unidos entre 1861 e 1865. O conflito iniciou-se quando os estados do Sul criaram um movimento separatista e declararam sua independência do país, o que foi motivado pela divergência existente a respeito da abolição da escravidão. Essa guerra foi a pior da história americana, com saldo de cerca de 600 mil mortos.
Antecedentes do conflito
Durante a década de 1850, os Estados Unidos possuíam uma clara divisão entre os estados do Sul e do Norte com relação a suas características distintas, assim como interesses econômicos e políticos divergentes. O Norte dos Estados Unidos era caracterizado pelo seu desenvolvimento manufatureiro, com a existência de pequenas propriedades agrícolas, nas quais havia predominância do trabalho livre assalariado. O Sul, por outro lado, caracterizava-se pelo sistema de plantation, ou seja, a grande propriedade com a monocultura baseada no trabalho escravo africano.
A divergência existente entre os dois lados, nesse momento, envolvia a questão da expansão do trabalho escravo para regiões que estavam sendo conquistadas pelos Estados Unidos. O Norte defendia que nos novos territórios deveria ser decretada a proibição do uso da escravidão, enquanto o Sul defendia a extensão da escravidão para os novos territórios. Essa disputa acabou intensificando-se com a ocupação de Nebraska e Kansas e levou à formação de milícias em determinados locais do Kansas, onde os dois lados realizaram pequenos enfrentamentos. Essa divergência passou a concentrar todo o debate das eleições para presidente de 1860, com os estados do Sul como opositores fervorosos do candidato republicano, Abraham Lincoln.
Eleições presidenciais e o início da guerra civil
O debate presidencial durante as eleições de 1860 foi controlado pelo tema da escravidão nos Estados Unidos. O candidato Abraham Lincoln tinha forte rejeição nos estados sulistas por defender a dignidade do homem a partir do trabalho livre. A vitória de Lincoln, portanto, acabou gerando grande insatisfação nos estados escravocratas. O presidente Abraham Lincoln, contudo, mantinha uma postura ambígua em relação à questão que envolvia a escravidão, pois, ao mesmo tempo que defendia o trabalho livre, afirmava que a escravidão seria mantida somente no Sul. Além disso, Lincoln advogava ideais que afirmavam a “superioridade natural” do homem branco. Essa postura de Lincoln desagradava aos dois lados, pois os nortistas consideravam-no conservador demais em suas posições, e os sulistas consideravam-no um abolicionista radical. A insatisfação do sul com as posições de Lincoln motivou essa região a organizar uma rebelião e a declarar a sua independência com a criação dos Estados Confederados da América.
A guerra, então, foi iniciada pela insatisfação sulista com a eleição de Lincoln e pelo movimento separatista iniciado por seus opositores. A resposta de Lincoln veio à altura, principalmente porque já havia afirmado que não aceitaria nenhum tipo de separatismo de qualquer estado americano. A secessão, como ficou conhecida a guerra, começou a partir da separação do estado da Carolina do Sul. O movimento separatista logo contou com a adesão de outros estados sulistas: Alabama, Flórida, Mississipi, Geórgia, Texas, Luisiana, Virgínia, Arkansas, Carolina do Norte e Tennessee. O primeiro ataque organizado pelos confederados aconteceu no dia 12 de abril de 1861, contra um forte da União, em Fort Sumter. A derrota para os confederados nesse ataque fez Lincoln enviar mais de 80 mil soldados para reprimir a rebelião sulista.
Derrota dos confederados
A longo dos anos do conflito, os sulistas foram sendo derrotados como consequência da falta de apoio estrangeiro e de um embargo marítimo imposto pelos nortistas, que impediu a entrada de mercadorias no Sul. Com a sua economia em frangalhos, os exércitos sulistas foram sujeitos a péssimas condições, o que contribuiu para o aumento no número de desertores. A Lei do Confisco, que reavia territórios sulistas à medida que eram ocupados por nortistas, incentivou a fuga de escravos desejosos por liberdade e intensificou a crise da economia do Sul. Ao longo da guerra, os nortistas passaram a lutar para garantir a emancipação dos escravos, uma vez que Lincoln percebeu que isso poderia aumentar seu prestígio internacionalmente. Assim, foi decretada pelo presidente americano uma lei que garantiu a emancipação, ou seja, a liberdade para todos os escravos nos Estados Unidos. Essa lei posteriormente foi adicionada na Constituição do país a partir de uma emenda. A derrota sulista foi consolidada em junho de 1865 e, com isso, a abolição da escravidão foi estendida a todos os estados do Sul dos Estados Unidos.
Read. 1004 Time.