João de Barro.
Conheça as lendas que envolvem o joão-de-barro, uma das aves mais populares do Brasil
A história de punir a fêmea em caso de infidelidade tornou-se até música; entenda o que ocorre de fato.
Por Terra da Gente
22/11/2019 14h47 Atualizado há 3 meses
Uma ave trabalhadora e construtora por natureza. Esse é o joão-de-barro, umas das espécies mais populares especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do país. O inteligente animal é dono de um canto que se assemelha à uma gargalhada e torna-se ainda mais comum nas épocas de Primavera e Verão.
Conhecida e encoberta por histórias, a ave é alvo de lendas. Derivado do comportamento agressivo entre os machos, que podem brigar até quase a morte, há o conto mais famoso. A história é que, se o macho for “traído” pela fêmea, ele pode trancá-la dentro do ninho para sempre como punição. Um "causo" retratado até em formato de música nas vozes de Tonico e Tinoco.
Apesar do apelo popular da narrativa que envolve a espécie e do fato de muitos afirmarem já terem visto casinhas de joão-de-barro completamente fechadas, essa ação nunca foi registrada cientificamente e não é comprovada pelos ornitólogos. Uma explicação possível para quem já viu situação semelhante está nas abelhas poderem se instalar na casa do joão-de-barro e fecharem as entradas da colmeia improvisada.
Ave ainda apresenta o hábito curioso de cantar em duetos entre macho e fêmea — Foto: Leonardo Casadei/Acervo PessoalNão só esse inseto pode ser beneficiado com moradia. O joão-de-barro é, inclusive, dono de grandes condomínios da natureza. Como a ave nunca utiliza o mesmo ninho em duas estações seguidas e, por vezes, constrói duas casinhas simultaneamente, pode realizar um rodízio entre os ninhos, até consertando os velhos ou semidestruídos.
Assim, a cada período de reprodução, outras aves que utilizam cavidades, como corruíras e canários, ou mamíferos como gambás podem se abrigar nesses refúgios. E não é lenda o fato dessa casinha de barro úmido representar uma reserva de proteção. No interior de cada ninho há uma parede construída para diminuir as correntes de ar e o acesso de possíveis predadores.
Mito mesmo está na afirmação de que essas aves não trabalham aos domingos. O trabalho de construção do ninho demanda uma dedicação de quase um mês para que as estruturas estejam prontas.
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