Ju klux klan

segregação racial e da crença na superioridade do “homem branco”. O Klan foi fundado como um clube social em Pulaski, no Tennessee, em 1866, por seis estudantes universitários, sendo inicialmente uma fraternidade em que seus fundadores se dedicavam a pregar peças com cavalgadas noturnas vestidos de branco e usando carapuças para que não fossem reconhecidos. A partir disso, o grupo ganhou reconhecimento pelo terror que causava à população negra da época, passando a atrair novos membros que chegavam em grandes números, o que culminou em uma grande expansão do grupo pelos territórios ao sul dos Estados Unidos.

O primeiro líder eleito do grupo foi o general Nathan Bedford Forrest, que então encabeçava uma grande escala hierárquica carregando o título de “Grande Feiticeiro” (Grand Wizard), tendo domínio sobre os demais membros da organização, que era dividida em um grande número de “reinos”, “domínios” e “províncias”, que por sua vez eram comandadas por outros líderes que tinham títulos de “Grande Dragão”, “Titãs”, “Gigantes” e “Ciclopes”.

O contexto histórico em que o Klan se formou e cresceu era o período da pós-guerra civil, a Guerra de Secessão, dos Estado Unidos, que terminou na vitória dos territórios dos estados do norte do país sobre os estados do sul. As políticas de reconstrução que traziam a implantação de leis abolicionistas, entregando a liberdade para os escravos, trazia também revolta aos confederados do sul que tinham no escravismo sua principal mão de obra na produção agrária. As leis abolicionistas trouxeram grande prejuízo econômico para os senhores escravistas, uma vez que escravos eram uma das mercadorias de maior valor na época.

Ex-escravos eram os alvos principais dos ataques que a Ku Klux Klan realizava, mas também se estendiam às pessoas vindas dos estados do norte, como juízes, professores e políticos. Em 1867, o Klan se alastrou por todas as pequenas cidades do sul, sem que, no entanto, se instaurasse em zonas urbanas, talvez pelo fato de que a crise econômica causada pelos movimentos abolicionistas fossem mais sentidas nas zonas rurais.


Reunião dos membros da Ku Klux Klan. O capuz e a cruz em chamas são característicos

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Contudo, a partir de 1869, a reputação violenta do Klan começou a afastar membros de grande estima e poder político, dando lugar para criminosos comuns e a pessoas de menor poder político. O fato fez com que disputas internas dividissem o grupo, que perdia a força que tinha. Diante disto, Forrest decidiu acabar com a organização, e essa foi a primeira queda da Ku Klux Klan, embora pequenas facções continuassem a existir.

Foi apenas em 1915 que o Klan ressurgiu com os esforços de William J. Simmons inspirado pelo filme “Birth of a Nation” (O Nascimento de uma Nação) de David Llewelyn Wark Griffith, que contava a história da Reconstrução no período abolicionista sob a perspectiva de um membro do Klan. Novamente, o contexto histórico da época serviu como fator determinante para o ressurgimento da organização.

O grande fluxo de imigrantes que chegavam aos Estados Unidos, sendo muitos deles judeus ou católicos, era visto como justificativa para o grande aperto econômico pelo qual o país passava. Com o início da Primeira Guerra Mundial, o Klan passou a construir a imagem de defensores do país contra a “ameaça estrangeira”, assim como contra os judeus, os negros e os católicos.

Em 1924, o Klan era uma força social e política reconhecida e aceita nos mais altos ranques do país, chegando a atrair políticos de grande renome para integrar sua organização. Entretanto, a escalada dos atos violentos que envolviam lixamentos e do terror ao qual eram associados, acabou por fragilizar mais uma vez a imagem do Klan. Juntamente com os escândalos que envolviam as lideranças do grupo e a crise de 1929, a Ku Klux Klan se fragmentou mais uma vez e perdeu a relevância que havia obtido.

Desde então, o Klan nunca mais conseguiu se reorganizar e se unificar novamente. O grupo se dividiu em facções com lideranças diferentes, tendo apenas algumas exceções de unificação em uma organização nacional.

Podemos concluir que história do Ku Klux Klan é a história da ignorância, do medo, da xenofobia e do racismo. Traço que ainda hoje sobrevivem fortemente em nossa sociedade. Manifestações como essa servem como advertência para os danos potenciais da ignorância quando naturalizada.

Ju klux klan
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WENDERSON MARTINS Miranda

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