Louise Michel
Louise Michel (Vroncourt-la-Côte, 29 de maio de 1830 — Marselha, 9 de janeiro de 1905) cujo apelido era Enjolras, foi professora, poetisa, enfermeira, escritora e blanquista da França. Reconheceu-se anarquista durante a Comuna de Paris na qual foi uma das mais importantes communards. Foi também primeira a deflagar a bandeira negra como símbolo dos ideais libertários, popular nos séculos seguintes entre os adeptos do Anarquismo.
Preocupada com a educação infantil, Michel lecionou alguns anos em Paris até 1856. Aos 26 anos nessa mesma cidade já era autora de uma extensa obra literária, política e educacional com foco nos movimentos sociais revolucionários. Na Comuna de Paris participou tanto na linha de frente nas barricadas, como em funções de apoio até ser capturada e deportada para a Nova Caledônia. Retornou à França em 1880 onde se tornara extremamente popular, participou de inúmeros eventos e reuniões operárias, continuou sendo vigiada pelo estado pelo resto de sua vida, sendo presa diversas vezes por seu ativismo político até sua morte aos 74 anos de idade.
Após seu falecimento continuou sendo considerada e homenageada como uma das mais notáveis anarquistas, feministas, sindicalistas e educadoras libertárias do século XIX, preservando tal reconhecimento até a atualidade.
Primeiros anos
Louise Michel aos nove anos de idade.Louise Michel nasceu no Castelo de Vroncourt (Haute-Marne) do Lorde Charles-Etienne Demahis, em 29 de Maio de 1830, filha da serviçal, Marianne Michel e Etienne Charles Demahis, filho de seu patrão.[1] Sua criação é assumida por seus avós paternos, que lhes proporcionam educação humanista de qualidade. Ainda na adolescência tem contato com os escritos de filósofos como Rousseau e Voltaire.[2] Muito precocemente desenvolve um temperamento altruísta que permearia toda sua vida.
Após a morte de seu avô em 1850 Michel muda-se para Chaumont onde faz um curso de magistério, mas é impedida de lecionar nas escolas estatais por se recusar a jurar lealdade para Napoleão III e seu império.[3] Diante das agruras do império ela se torna radicalmente antibonapartista, chegando mesmo a dizer que se sentiria contemplada com o assassinato de Napoleão III.
Em setembro de 1852, aos 22 anos, Michel funda uma escola livre em Audeloncourt onde leciona por um ano, ensinando princípios republicanos - inclusive com aulas de canto onde os alunos aprendem a cantar a Marselhesa.[3] Ao fim deste período a escola é obrigada a fechar por pressão das autoridades. No fim de 1854 ela abre outra escola, desta vez em Clefmont lecionando nela por um ano. Por ensinar princípios republicanos passa novamente a ser perseguida pelo governo.[4]
Em Paris
Em 1856 Michel se muda para Paris, onde passa a lecionar em um colégio interno para moças em Montmartre, ao mesmo tempo em que se dedica apaixonada e intensamente a atos de solidariedade e política revolucionária.[1] Durante os próximos quinze anos Michel prossegue dando continuidade as suas atividades de ensino. Em 1865 ela funda uma escola (cujo período diário letivo é 12 horas) na 'rue Houdon, proferindo também um curso na rue Oudot em 1868.[3] Gradualmente vai se mostrando favorável a novos ideais, apoiando a criação de escolas e orfanatos laicos.
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