Marilena Chaui

Marilena de Souza Chaui (1941) é uma importante intelectual brasileira que atua como professora do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) desde 1967.

Marilena Chaui nasceu em São Paulo no dia 4 de setembro de 1941.

Além de professora, a educadora foi também Secretária Municipal de Cultura de São Paulo entre 1989 e 1992 (durante o governo de Luiza Erundina). Marilena é também uma militante da democracia e dos direitos civis, uma pensadora ligada à esquerda.

Em termos acadêmicos, recebeu o título de doutora honoris causa pela Universidade de Córdoba (2004) e pela Universidade de Paris 8 (2003). Atualmente ocupa o cargo de professora titular da USP, sendo especialista em filosofia política e história da filosofia moderna.

Marilena Chaui estudou no Colégio Estadual Presidente Roosevelt, onde teve aulas com o professor de filosofia João Villalobos, que fez com que ela se encantasse pelo universo da disciplina. Desse período Marilena relembra: “Julguei que a filosofia abarcaria todas as outras disciplinas que eu desejava cursar e por isso me decidi por ela.”

Foi assim que, depois de completar o ensino médio, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1960. Durante o curso, o país vivia uma severa ditadura militar. Marilena acabou a graduação em 1965.

Em 1966 entrou na pós graduação recém criada, na mesma instituição, e em fevereiro de 1967 apresentou a dissertação “Merleau-Ponty e a crítica do humanismo”, tendo concluído o mestrado em apenas um ano.

Depois de defender a dissertação embarcou para a França, onde ficou de 1967 a 1969 inicialmente no interior (em Clermont-Ferrand) e depois em Paris.

O doutorado de Marilena, defendido em 1971, foi feito na USP com tese “Introdução à leitura de Espinosa”.

Livros publicados por Marilena Chaui

  • Em defesa da educação pública, gratuita e democrática (2018)
  • Sobre a violência (2017)
  • Iniciação à filosofia (2017)
  • Conformismo e resistência (2014)
  • A ideologia da competência (2014)
  • Spinoza e as Américas (2014)
  • O ser humano é um ser social (2013)
  • Iniciação à filosofia (2012)
  • Desejo, paixão e ação na ética de Espinosa (2011)
  • Filosofia (2010)
  • Introdução à história da filosofia (2010)
  • Filosofia. Novo ensino médio (2008)
  • Simulacro e poder: uma análise da mídia (2006)
  • Cidadania cultural. O direito à cultura (2006)
  • Política em Espinoza (2003)
  • Cultura e democracia. O discurso competente e outras falas (2003)
  • Experiência e pensamento: ensaios sobre a obra de Merleau-Ponty (2002)
  • Introdução à história da filosofia 1 - Dos pré-socráticos a Aristóteles (2002)
  • Filosofia (2001)
  • Escritos sobre a universidade (2001)
  • Brasil - mito fundador e sociedade autoritária (2000)
  • Nervura do Real. Imanência e Liberdade Em Espinosa (1999)
  • Figuras do Racionalismo (1999)
  • Espinosa: uma filosofia da liberdade (1994)
  • Convite à filosofia (1994)
  • Conformismo e resistência. Aspectos da cultura popular (1986)
  • Repressão sexual, essa nossa (des)conhecida (1982)
  • Discurso da servidão voluntária. Etienne de la Boétie (1982)
  • Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas (1981)
  • Da realidade sem mistérios ao mistério do Mundo (Espinosa, Voltaire e Merleau-Ponty) (1981)
  • O que é ideologia? (1980)
  • Apontamentos para uma crítica da razão integralista (1978)

Até os dias de hoje Marilena mantém uma ativa pesquisa centrada nas produções de Spinoza e Merleau-Ponty lecionando aulas e seminários no Brasil e no exterior. A pesquisadora segue também publicando artigos e livros centrados nas questões filosóficas especialmente levantadas por Spinoza e Merleau-Ponty.

A paixão por Spinoza surgiu quando Marilena estava vivendo na França, tendo sido apresentada mais a fundo aos trabalhos do filósofo primeiro através do professor Victor Goldschmidt e, depois, já na Sorbonne, com o professor Silvan Zack.

Marilena atua também na Comissão Teotônio Vilela de Defesa de Direitos, que ajudou a fundar, uma organização não governamental (ONG) a favor dos direitos humanos.

Frases de Marilena Chaui

Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que elas são.

Os animais são seres naturais; os humanos, seres culturais.

A democracia é a atividade criadora dos cidadãos e aparece em sua essência quando existe igualdade, liberdade e participação.

As pessoas que, desgostosas e decepcionadas, não querem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho políticos, afastam-se de tudo quanto lembre atividades políticas, mesmo tais pessoas, com seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto, que a política existente continue tal qual é. A apatia social é, pois, uma forma passiva de fazer política.

Marilena é uma ativista 

Foi durante a faculdade que Marilena Chaui entrou em contato com os ideais da esquerda. Era o período da ditadura militar e muitos colegas de universidade chegaram a ser exilados, torturados e assassinados devido às suas convicções políticas.

Durante o período universitário, Marilena não se filiou a nenhum partido, embora tenha tido muita influência de professores de esquerda e de colegas que entraram para a Juventude Comunista.

Foi durante o período vivido na França, entre 1967 e 1969, que Marilena diz ter se formado politicamente como uma intelectual de esquerda e a partir de então passou a militar no Brasil e no exterior. Com um viés teórico, mas também prático, Marilena foi um dos membros fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).

Prêmios recebidos por Marilena Chaui

  • Prêmio APCA com o livro Cultura e democracia (1981)
  • Prêmio Jabuti com o livro Convite à filosofia (1995)
  • Prêmio Jabuti e Sérgio Buarque de Holanda com A nervura do real (1999)
  • Em 1992 Marilena Chaui recebeu a distinção Ordre des Palmes Académiques entregue pela Presidência da República francesa

Origem familiar

Marilena de Souza Chaui nasceu na região da grande São Paulo, mas quando ainda era pequena, com menos de um ano de idade, mudou com a família para Pindorama, uma pequena cidade no interior do Estado onde cresceu até os nove anos.

A família se mudou novamente, dessa vez para uma cidade vizinha, Catanduva, onde se estabeleceu até a menina ter treze anos. Quando tinha 14 anos, Marilena, o irmão e os pais mudaram para São Paulo, de onde não saíram mais.

Marilena é filha de mãe professora primária (que veio a se tornar diretora escolar) e pai jornalista (trabalhou no Diário Popular), e teve um único irmão, médico, dez meses mais novo. O avô de Marilena era professor de literatura árabe e francesa no Colégio Sírio-Brasileiro tendo chegado a ser cônsul da Síria em São Paulo.

Marilena Chaui
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