Natal: a celebração do… consumo?

As crianças desde cedo são estimuladas a ter sonhos e escrever cartinhas ao Papai Noel… porém, sonhos carregados de pedidos materiais. O que era para ser uma celebração cristã foi encoberta por festejos que visam as trocas comerciais. Estamos comemorando o certo?

As crianças desde cedo são estimuladas a ter sonhos e escrever cartinhas ao Papai Noel… porém, sonhos carregados de pedidos materiais.

Ano após ano, ao chegarmos por essa época, é sempre a mesma coisa: corre-corre, planos, contas, listas para Papai Noel, shoppings lotados, lojas abarrotadas… propaganda na televisão, no celular, na internet, no outdoor. Tudo para preparar a população para a chegada do Natal, das festas de fim de ano.

No noticiário, os apresentadores questionam: “como serão as vendas do comércio esse ano em relação ao ano passado”? E complementam: “a estimativa é de um crescimento de x% nas vendas”. A data celebrada em dezembro é a segunda do ano que mais gera lucro para o comércio, perdendo apenas para o Dia das Mães.

Ao mesmo tempo em que as mensagens da publicidade são carregadas de emoção, de sentimentalismo em relação à família, à união, à renovação da esperança para um ano que finda e outro que começa, toda a lógica capitalista por trás de tais mensagens convergem a um ponto somente: o consumo. A felicidade é reunir a família, mas também entregar presentes, ter a Árvore de Natal rodeada de surpresas e pacotes coloridos e embalados com esmero. Quanto mais chamativo, melhor!

O que era para ser uma celebração cristã foi encoberta por festejos que visam as trocas comerciais.

As crianças desde cedo são estimuladas a ter sonhos e escrever cartinhas ao Papai Noel… porém, sonhos carregados de pedidos materiais. O que era para ser uma celebração cristã, representando o nascimento de Jesus Cristo, foi encoberta por festejos que visam somente as trocas comerciais, o “quanto mais melhor”, a “abundância” exacerbada e falsa, pois é isso que significa a felicidade.

O foco nessa época do ano é tão comercial e tão voltado ao consumo desenfreado que até o 13º salário, que todos aguardam ansiosamente após um ano de trabalho árduo, é estimulado a ser totalmente destinado às trocas mercadológicas do Natal. É tudo tão volátil que mal dá tempo de respirar e prever que, ao começar mais um ano, contas e mais contas, taxas e mais taxas, devem ser pagas ao governo. E aquele sentimento de “esperança renovada” fica da mesma forma que o embrulho do presente que estava embaixo da Árvore de Natal brilhante: rasgado e jogado ao lixo.

E então é impossível não se perguntar, parar e refletir: até que ponto vale a pena tudo isso? Até que ponto vale a pena apostar sonhos, sorrisos e felicidade em um objeto material? Vale a pena apostar cada centavo do bolso em presentes enormes e chamativos, pois isso é o que representa o espírito de Natal, de amor e união? Vale a pena o sentimento de angústia e preocupação de não ter dinheiro para pagar as contas, apenas para ter aqueles poucos momentos de “felicidade” ao entregar o maior número de presentes possível?

O Natal passou a significar um momento de tristeza e, até, depressão.

Enquanto para muitas pessoas dezembro chega com esperança e animação por conta do planejamento das festas em família e da troca de presentes, para a esmagadora maioria da população o Natal passou a significar um momento de tristeza e, até, depressão. Como a mídia passa a imagem e a mensagem de que o Natal significa banquete em família e Árvore de Natal rodeada de presentes, para aqueles que não têm as condições necessárias para criar esse cenário acabam por deixar que o desânimo e a desesperança vençam. “Ora, se eu não tenho dinheiro para comprar presentes dignos para a minha família, por que é que vou celebrar o Natal”? Mais uma vez, o intuito da celebração dessa época do ano, puramente comercial e mercadológica, acaba por encobrir o que realmente importa: ter uma família.

A realidade pode ser totalmente diferente, tanto para as famílias quanto para o Planeta Terra, se se estimulasse o consumo consciente nessa época do Ano. Até porque, atualmente, consome-se 25% a mais do que a Terra consegue renovar. Então, quer mensagem e gesto mais bacana do que presentear um ente querido, se é assim que deve ser, e ainda promover a economia e sustentabilidade para o meio em que vivemos e para o nosso bolso?

Planeje as suas compras, seja diferente, adote a solidariedade, cultive bons sentimentos.

Prezamos por um Natal consciente e mais “verde”. Por isso, preparamos algumas dicas para transformar o Natal e as festas de fim de ano em um momento mais alegre e mais consciente para todos, inclusive para o Planeta:

– Planeje as suas compras: com planejamento, colocando tudo na “ponta do lápis”, é possível adquirir presentes a todos, sem comprometer o bolso. Além disso, procure produtos que sejam sustentáveis e ecológicos, assim a sua economia também proporciona economia ao nosso Meio Ambiente. Com isso, você garante um presente personalizado e consciente, o que representa a próxima dica:

– Seja diferente: no lugar de comprar presentes caros e elaborados, aposte em produtos que sejam mais sentimentais e carreguem um significado. Exemplos: presentes artesanais, produtos reciclados, produtos que representam o sustento de cooperativas e grupos de caridade. Atualmente, com a criatividade e as matérias-primas disponíveis, opções inovadoras e diferentes não irão faltar! Com isso, vamos à próxima dica:

– Escolha empresas que se preocupam com o meio ambiente e com projetos sociais: hoje em dia, há muitos grupos e empresas pequenas ou médias que apostam em produtos sustentáveis, artesanais e diferentes que consistem em seu sustento. Procure na sua cidade empresas ou grupos assim. Com esse gesto, você não somente presenteia alguém com algo bacana e com significado, mas também ajuda pessoas, grupos e empresas que trabalham com consciência e auxílio ao próximo! Com essa dica valiosa, passamos para o próxima:

– Cuide também com as embalagens: a maior parte do lixo no Brasil origina-se de embalagens descartadas, o que gera gastos públicos e impactos ambientais. Dê preferência às embalagens duradouras ou que possam ser reutilizadas. Essa atitude pode ser adotada também de acordo com a próxima dica:

– Reaproveite os enfeites de Natal: ao enfeitar a sua casa para aguardar essa época do ano, opte por enfeites que você possa guardar e reutilizar várias vezes. Caso planeje comprar algo a mais, enfeites novos para incrementar a decoração, prefira, novamente, adereços artesanais ou feitos a partir de materiais recicláveis. Após as festas, guarde-os de forma segura para que durem até o próximo ano. Para reaproveitar materiais e produtos de forma sustentável, também a próxima dica traz:

– Adote a solidariedade: aquilo que a sua família não deseja mais pode ser de grande valor ao próximo. Por isso, faça uma “faxina” de final de ano e separe tudo aquilo que possa ser repassado a outras pessoas. Doe e incentive essa atitude às pessoas que o cercam! Assim, você cultiva o que traz a próxima dica:

– Cultive bons sentimentos: jamais esqueça que há muitas outras coisas boas e que valem a pena viver nesse período do que apenas trocas e apostas mercadológicas. Se for para praticar o consumo, prefira o consumo de: amor, paz, alegria, prosperidade, união, família, perdão, carinho, compaixão, respeito e solidariedade com o próximo. Esse consumo sim é o verdadeiro espírito do Natal!

Seja consciente! O Planeta agradece… e o Papai Noel também!

Fonte: Viva mais verde

Natal: a celebração do… consumo?

– Adote a solidariedade: aquilo que a sua família não deseja mais pode ser de grande valor ao próximo. Por isso, faça uma “faxina” de final de ano e separe tudo aquilo que possa ser repassado a outras pessoas. Doe e incentive essa atitude às pessoas que o cercam! Assim, você cultiva o que traz a próxima dica:

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Carla Fernanda Bernardes

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