Vegetação e flora da mata atlântica
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Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros mais ricos em biodiversidade, junto à Floresta Amazônica. Ambas são muito parecidas devido à localização geográfica em baixas e médias latitudes. Esses biomas são conhecidos por florestas tropicais e equatoriais, respectivamente. Essa localização permite alta insolação e rico desenvolvimento de fauna e flora, o que pode ser um prato cheio para a exploração humana.
Sua rica biodiversidade transformou a Mata Atlântica em um grande alvo de desmatamento e exploração humana, tornando-a o segundo bioma mais ameaçado do planeta, segundo a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi).
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Características gerais da Mata Atlântica
Localização da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro presente em quase todos os estados do país, seja de forma parcial, seja de forma integral. São 17 estados que têm em seu território áreas cobertas pela mata, espalhadas por mais de três mil municípios.
A presença marcante da mata está no litoral brasileiro, em grande parte do Sudeste, do Sul e de alguns estados do Centro-Oeste e Nordeste. Estima-se que, quando os europeus aqui chegaram, em 1500, essa floresta ocupava 15% to território brasileiro, com uma área de 1.306.421 km². Com o passar dos anos e o intenso desmatamento causado pelas ações antrópicas, esse número é drasticamente menor, com pouco mais de 100 mil km² da vegetação original.
Sua localização litorânea e de baixas e médias latitudes dá-lhe o caráter de uma floresta úmida, quente e com fauna e flora bastante desenvolvidas. Como a ocupação brasileira ocorreu, de forma inicial, na parte leste do país, a mata foi o primeiro bioma a ser desmatado, o que explica sua baixa área.
Localizada no litoral brasileiro, a Mata Atlântica foi o primeiro bioma desmatado do Brasil.Subdivisões da Mata Atlântica
A Mata Atlântica tem algumas características bem semelhantes às da Floresta Amazônica. Essas características são referentes ao porte das árvores e ao desenvolvimento da fauna: ambos os biomas possuem árvores altas que podem chegar a mais de 30 metros de altura, com pequenas vegetações arbustivas que surgem à sombra delas.
Segundo a Apremavi, podemos dividir a Mata Atlântica em duas florestas: primária e secundária. Esta última possui três estágios, variando de acordo com regeneração da vegetação.
Floresta primária: pode ser conhecida como mata virgem, pois se refere à floresta intocada pelos humanos ou em que a ação humana não levou desequilíbrio para a relação entre os seres vivos. Nessa floresta encontramos as árvores mais altas e grossas da Mata Atlântica, além de orquídeas e cactos nas copas das árvores.
Floresta secundária: refere-se a áreas em que houve atividade humana, como agricultura e extrativismo vegetal. Após essas atividades, algumas áreas são abandonadas e a floresta mostra sua capacidade de regeneração biológica, que faz ressurgir espécies. Essa regeneração acontece em três estágios
→ Estágio inicial: pode durar até 10 anos, dependendo do grau de devastação do solo e da flora e da quantidade de sementes no chão. Nesse estágio as árvores não passam de quatro metros de altura, prevalecendo samambaias no chão.
→ Estágio médio: as samambaias diminuem e as árvores podem atingir até 12 metros de altura, aparecendo árvores nativas, como as aroeiras e ingás.
→ Estágio avançado: após o estágio médio, a floresta pode demorar até 200 anos para atingir o patamar da floresta primária. Nesse estágio, as samambaias desaparecem e a biodiversidade aumenta gradativamente. Espécies nativas começam a ressurgir, como os cedros e as sapucaias.
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A Mata Atlântica possui uma rica biodiversidade em todos os sentidos. Algumas espécies de sua vegetação são endêmicas, ou seja, só ocorrem nela. Sua diversidade ecológica permite-lhe regenerações espontâneas, mas elas são atrapalhadas pelas ações humanas, como o desmatamento, o comércio ilegal, as pastagens, entre outros.
Por conta dessa biodiversidade, não há estudos conclusivos da quantidade de espécies na região. Estima-se que haja na Mata Atlântica 20 mil espécies de árvores, o que significa 35% do total existente no Brasil.
A Mata Atlântica é estratificada, com grandes árvores. Elas compõem o dossel da floresta e absorvem a maior parte dos raios solares. Toda matéria orgânica (folhas, frutos) é absorvida pelo solo da floresta, tornando-o fértil para as vegetações. Abaixo do dossel, crescem pequenas vegetações arbustivas nas sombras das árvores mais altas.
Veja algumas árvores e frutas nativas da Mata Atlântica:
Jabuticabeira
Goiaba
Araçá
Pitanga
Caju
Cambuci
Erva-mate
Pau-brasil
Juçara
Bromélias
Orquídeas
Pinheiro-do-paraná
Jatobá
Gabiroba
Palmiteiro
Por tratar-se de um bioma rico em biodiversidade e relativamente extenso em extensão territorial, a Mata Atlântica é subdividida em alguns ecossistemas. Essa subdivisão foi elaborada, em 1990, pela Fundação SOS Mata Atlântica, em um encontro de pesquisadores, e reconhecida legalmente, em 1992, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama.
- Floresta ombrófila densa: é marcada pelas árvores de copas altas, formando coberturas vegetais fechadas. É mais comum no litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Ceará, com precipitações regulares durante o ano.
- Floresta ombrófila mista: é comum de áreas frias, como a região Sul do Brasil e os planaltos do Sudeste. Uma árvore típica dessa localidade é a Araucária.
- Floresta ombrófila aberta: é comum em áreas mais secas e com altas temperaturas, sem a presença de árvores com copas altas fechadas. É encontrada em Minas Gerais, Espírito Santo e Alagoas.
- Floresta estacional semidecidual: é também conhecida como floresta tropical subcaducifólia, algumas de suas árvores podem perder as folhas durante o outono e inverno.
Floresta estacional decidual: ocorre em locais com duas estações definidas, uma seca e outra úmida. Em geral, suas árvores perdem as folhas no inverno seco e frio.
Campos de altitude: como o nome diz, essa subdivisão ocorre em áreas altas da mata, prevalecendo a existência de gramíneas nos altos picos.
Brejos interioranos: ocorrem em áreas de transição da Caatinga para a Mata Atlântica, sendo fundamentais para a agricultura nordestina devido ao armazenamento hídrico.
Manguezais: são vegetações que ocorrem nas áreas de contato das águas doces (rios) com as águas salgadas (mares e oceanos) presentes em todo litoral brasileiro. Possuem uma rica fauna, como moluscos e caranguejos, sendo importantes para conter a força das marés altas.
Restinga: é a área de depósitos de areia (arenosos) em toda a costa brasileira, com uma vegetação que depende de fatores abióticos, como a água, o vento, a radiação solar, entre outros.
Vegetação fixadora de dunas: é a vegetação que fixa a areia das praias no litoral, impedindo-a de espalhar-se pela orla, além de servir de repouso para aves de pequeno e médio porte.
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